O NOVO LIVRO DE IVANIR YAZBECK

Vale o escrito” será lançado no dia 8 de dezembro, segunda-feira, às 19h, na Mercearia Gastrô (Rua Marechal Deodoro, 810)O que segue são considerações do autor sobre este trabalho, que marca sua trajetória profissional como jornalista, no Rio de Janeiro, iniciada há 50 anos no “Jornal do Brasil”.



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“Um painel de minhas obras” – assim apresento aos leitores o meu 12º livro onde estão reunidos textos inéditos e episódios registrados nos anteriores, especialmente aqueles em que Juiz de Fora aparece como pano de fundo.
O ponto de partida foi oferecer aos leitores um texto arquivado há anos. Nele revelo como uma instituição nacional, secular, folclórica e maldita – o Jogo do Bicho – começou em Juiz de Fora, no século 19, durante a transição do Império para a República, e se espalhou rapidamente por todo o país, como um dos traços mais marcantes do perfil do povo brasileiro, assim como o Carnaval e o futebol.
Nesse capítulo, que abre o livro, se esclarece que não foi o Barão de Drummond que o inventou, como é versão corrente, mas um aventureiro de origem estrangeira. E como se realizaram os primeiros testes num estabelecimento comercial na Rua da Califórnia (mais tarde, Rua Halfeld) e, depois, como atração aos jardins zoológico e botânico do Barão, no Rio, até ser proibido pela polícia, em 1895, sentença que perdura até hoje. 

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Os capítulos que se seguem foram destacados do contexto original em meus livros: “O Real Itamar”, “Uma noite no Raffa’s”, “A noite em que Jane Russell morreu”, “O espírito do São Roque” e  “O Colunista”.
Isolados dos antecedentes e sequências das narrativas, aqui eles adquirem vida própria, e se tornam mais excitantes, emocionantes, alguns ainda mais engraçados e reveladores. Os personagens que neles desfilam chamam-se Itamar Franco, Fernando Gabeira, Rafael Jorge, Afonso Pinto da Motta, Cesar Romero, Luis Carlos (Kapeta) Novaes Rosa, Zé Kodak, Sandro Moreyra, João Saldanha, Rômulo Farah, Aroldo Cherem, Walmir Pifano, Evander Dore, entre outros. 
   
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Merece destaque o capítulo “Eu me lembro.” Lançado em 2006, o livro contém 350 fatos, curiosidades e personagens marcantes de JF, desde a metade do século 20, extraídas da memória de 30 autores. Ao final, prometia-se uma segunda edição –  dessa vez, acrescida das nostalgias femininas. Logo começaram a aportar em meu computador inúmeros “eu me lembro”, presentes neste “Vale o escrito” em 90 textos em que as lembranças delas penetram, sem cerimônia, no “Clube do Bolinha”, como elas próprias denominaram a primeira edição.

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No encerramento do livro estão previstas muitas gargalhadas com o capítulo “Humor via E-mail”. Nele estão registrados textos selecionados entre os mais engraçados que se multiplicam, entre amigos, pela Internet. No primeiro há uma projeção de uma JF no ano 2035; o último é uma sátira primorosa a um programa de entrevistas comandado por uma veterana apresentadora.  

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É assim, entre lágrimas nostálgicas e risos fartos, que ninguém é de ferro, ofereço, à cidade, modestamente, mais esta contribuição à sua História recente – da metade do século 20 em diante.
Espero ser lido e compreendido dessa maneira.

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