VOU RESPONDER A PERGUNTA QUE MAIS ME FIZERAM EM TODA MINHA VIDA : POR QUE O PROGRAMA LÉO PEIXOTO SAIU DO AR NA TV ?


Talvez este é um dos assuntos mais delicados pra mim. Só resolvi falar sobre isso, primeiro porque até hoje me fazem esta pergunta e segundo por finalmente me sentir a vontade pra falar abertamente sobre isso.
O PROGRAMA LÉO PEIXOTO, foi a consequencia do sucesso do então PROGRAMA MIXTO QUENTE, que marcou toda a geração jovem dos anos 90.
Cheguei pela primeira vez a televisão, através do meu inesquecível Celso Noronha, hoje colunista social do ZINE, no ano de 1995, quando fui apresentado ao empresário Josino Aragão.
Naquele ano, Josino já tinha planos de implantar um programa de auditório em sua emissora. Juntou - se então, ele com toda a parte técnica da emissora e eu com a parte artística do negócio.
Estreamos em agosto daquele ano, depois de 5 meses de produção para a implantação do projeto.
Demoramos cerca de 6 meses para, vamos dizer, acertarmos o pé. O que veio a acontecer na temporada seguinte, em abril de 1996, quando reestreamos sob a competente direção do experiente diretor de televisão João Lorêdo.
Em 96 foi um ano de glórias para o programa. Alcançamos índices impressionantes de audiência, me fazendo ser reconhecido em qualquer local onde eu ia pela cidade de Juiz de Fora e até mesmo na região.
Consequentemente conseguimos bons patrocinadores e uma produção caprichada que era exibido todo sábado de manhã, até o inicio da tarde. Chegamos a produzir programas de até quase 3 horas de duração.
No meio do semestre daquele ano, com o sucesso ainda fervendo em todos os sentidos, tivemos a realização das Olimpíadas e o nosso programa passou a ir ao ar muito pela manhã, até ser obrigatoriamente interrompido, pois chegou num determinado momento, que a Rede Bandeirantes de São Paulo, não cedia nem um minuto a programação local, em virtude das grandes finais olímpicas.
Quando retornamos, senti algo de diferente no ar, o tratamento vindo da alta direção da casa já não dispensara a mesma atenção para com nossa produção.
Minha participação nas reuniões de pauta do programa foi misteriosamente cortado, sem me avisarem o motivo. Dali em diante, somente retaliações. Cada vez menos recursos, cada vez menos apoio.
Claro que já pressentia que o fim estava próximo, mas o amor que pegamos por aquilo, me fez resistir até o último suspiro.
Numa bela tarde de sábado, quando curiosamente saía justamente pra fechar mais uma cota de publicidade do programa, que era uma das mais caras da época na grade da emissora regional, o nosso diretor Lorêdo foi chamado as pressas a sala da direção.
Quando retornei, apenas um aviso: "-SÁBADO AGORA, GRAVA-SE O ÚLTIMO PROGRAMA!".
Mais nada foi me dito. Gravei o tal último programa, despedi-me dos que encontrei pela frente e saí.
Ninguém me falou nada. Tentei voltar minha vida normalmente, mas a voz das ruas me atordoavam: "-POR QUE SEU PROGRAMA ACABOU?" e isto era repetido incessantemente a todo lugar onde eu estava, impiedosamente.
A tormenta foi tanta, o que me fez levar a uma internação em clínica de repouso por oito dias, o que há época, surgiram tantas especulações, que por muito tempo, foi difícil desvencilhar-me delas.
Hoje, passados quase 13 anos, tenho a coragem de dizer o que simplesmente já deveria ter saído dizendo:
"-NEM EU MESMO SEI O MOTIVO DA RETIRADA DO PROGRAMA DO AR. NÃO ME FOI DITO!"
Voltei algumas vezes a TV, mas sem o grande êxito daqueles meses, mas dentro de mim, algo me diz, que o melhor estar por vir...

Comentários

  1. Com certeza, meu amigo! A essência SEMPRE continuou com você e isso ninguém te tira. Mesmo quando foi preciso dar uma pausa, um respiro... inclusive das pessoas!
    O artista deve ir aonde o povo está e não são diretores, empresários e políticos que devem "achar" onde e até quando os artistas devem atuar.
    Foi ótimo atuar como diretor de palco durante tantos anos com você. Inclusive os encontros todos os dias as 6:00 da manhã... Cada dia em uma Escola!
    Foi um excelente aprendizado mútuo e constante. Te desejo sucesso sempre!
    Ernani Machado

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